sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Por que realizar os exames de audiometria

Por que se realizam esses exames?

O objetivo é evitar a perda auditiva, realizar um acompanhamento da saúde auditiva dos funcionários de uma empresa, para verificar se a audição não está sendo prejudicada pelo efeito do ruído, de produtos químicos, de vibração... Tudo que vier a interferir na audição. O objetivo específico é identificar as possibilidades da perda auditiva e retirar o funcionário de uma determinada função. E é só com exames de acompanhamento que se pode detectar se há uma progressão da perda auditiva ou se está tudo correndo bem.

Como a empresa faz para descobrir se seus funcionários precisam de exames audiométricos?

Contrata-se uma empresa de serviços de saúde e segurança - uma equipe formada por técnicos e engenheiros de segurança. Essa equipe faz o levantamento ambiental da empresa contratante, o PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Esse programa relata todos os ruídos que essa empresa tem e os riscos a que estão expostos os funcionários. Por exemplo, se uma determinada máquina faz mais barulho do que outra, é preciso verificar o ambiente todo. O levantamento feito pelos técnicos é remetido a um médico, que faz o PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; só então o médico determina quais exames fazer. O papel do fonoaudiólogo começa nesse momento; se há ruído, faz-se o exame de audiometria. Feito o exame, encaminha-se o resultado para o médico e ele dirá se o funcionário está apito ou não a trabalhar no ambiente da empresa.

Todas as empresas procuram fazer esse tipo de acompanhamento?

Infelizmente não é o que ocorre. A maioria das empresas faz o exame de audiometria porque ele é exigido por lei e depois guarda o resultado dentro de uma gaveta. Existe uma norma reguladora, a NR-7, que fala sobre o que deve constar no PCMSO para que a empresa não seja multada, como a obrigatoriedade do uso do protetor de ouvido, por exemplo. Para efeito de fiscalização, as empresas dizem que fizeram os exames e fica tudo certo. Elas não enxergam muito além disso, não percebem que não se realiza audiometria só com a intenção de cumprir a lei, mas que se está tratando de seres humanos, da vida e da saúde deles. Para se ter uma idéia da importância da realização desse exame, muitas vezes são detectadas perdas auditivas que não são ocupacionais, tumores que estão se desenvolvendo nas pessoas. E você acaba salvando essas vidas.

Quando se descobre que há perda auditiva, o que é possível fazer para que ninguém seja prejudicado?

É uma questão individual. Há pessoas que apresentam alteração e há pessoas que não. Não há muito que fazer, a não ser prevenir, com programas de conservação auditiva dentro da empresa. A perda auditiva é uma lesão que ocorre, no nervo do ouvido; uma vez lesionado, não existe recuperação, é irreversível. O máximo que se pode fazer é estabilizá-la. E se houver continuidade de exposição ao ruído, a perda se torna progressiva. Apesar disso, observa-se que muitos funcionários não querem usar o protetor, dizem que incomoda. É preciso mesmo implantar programas que orientem esses funcionários.

E como seriam esses programas?

É preciso desenvolver ações dentro da empresa, envolver o funcionário, o empresário. Criar programas para educá-los, motivá-los, treiná-los para o uso de protetores, passar o máximo de informações possíveis para que todos tenham consciência de que é necessário se proteger. Não adianta a empresa fornecer um protetor de ouvido se ninguém usar. O protetor é a melhor maneira de proteger a audição, de atenuar o ruído. Também é possível melhorar o isolamento das máquinas, melhorar o modelo dos protetores. Mas essas mudanças dependem, também, da diretoria da empresa. Se ela não tiver consciência dessas necessidades, não há como culpar os funcionários por não terem interesse em se cuidar. Apesar de muitos já estarem mudando o pensamento, ainda não há uma efetiva preocupação com esse assunto.

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